...E eu que fui enjeitada Só porque era furada. Me botaram um pau na boca, Sabão grudaram no furo, Me obrigaram a levar água Muitas vezes pendurada, Muitas vezes num jumento. Era aquele sofrimento, As juntas enferrujadas. Fiquei com o fundo comido. Quando pensei que tivesse Minha batalha cumprido, Um remendo me fizeram: Tome madeira no fundo E tome água e leva água, E tome água e leva água. Daí nasceu minha mágua: O pau da boca caía, Os beiços não resistiam. Me fizeram um troca-troca: Lá vem o fundo pra boca, Lá vai o pau para o fundo. Que trocado mais sem graça Na frente de todo mundo. E tome água e leva água E tome água e leva água. Já quase toda enfadada, Provei lavagem de porco, Ai mexeram de novo: Botaram o pau na beirada. E assim desconchavada, Medi areia e cimento, Carreguei muito concreto Molhado duro e friento, Sofri de peitos aberto, Levei baque dei peitada. Me amassaram as beiradas, Cortaram minhas entranhas. Lá fui eu assar castanha