Pular para o conteúdo principal

Com a seca, Paraíba já perdeu 40% do rebanho e 90% da produção agrícola

A seca na Paraíba causou a perda de 40% do rebanho animal e 90% da safra agrícola, de acordo com dados do governo paraibano. A falta de chuva no estado atinge cerca de 60 mil produtores e causa prejuízos também na hora de comprar: nos municípios em estado de emergência, produtos agropecuários, alimentos e água tiveram quase 50% de aumento.   

Na Paraíba, agricultura e pecuária são voltados principalmente para a subsistência. De acordo com o secretário de Desenvolvimento da Agropecuária e da Pesca, Marenilson Batista, a atividade agrícola representa apenas 6% do Produto Interno Bruto (PIB) estadual, “mas, em pequenas cidades, é a única economia que existe”.

Em relação à pecuária, além da redução dos rebanhos, há queda de 70% da produção adquirida pelo Programa do Leite, que atende a 120 mil famílias no estado. 

Em Areial, um dos 195 municípios em estado de emergência, os criadores estão se desfazendo do gado e a produção agrícola foi 70% menor que a esperada. “A última chuva foi há três meses. Só deve chover daqui a quatro, e a nossa situação já é bastante crítica”,  diz Irandir Balbino de Oliveira, diretor de Agricultura do município.

Segundo o diretor, o aumento dos preços é um grave problema que a cidade enfrenta devido à seca. Uma medida de palma (principal alimento do gado) custava R$ 150 no mesmo período do ano passado. Agora, a mais barata custa R$ 300. O farelo de milho subiu de R$ 20 para R$ 25 e o trigo passou de R$ 25 para R$ 30.

A carestia é sentida também em São João do Cariri, uma das regiões mais atingidas pela seca. Lá, de acordo com o chefe de gabinete da prefeitura, Joselito Araújo, não chove desde o ano passado, e com isso não foi possível plantar. Os moradores têm que comprar alimentos de outros municípios e pagar caro por eles, sobretudo o feijão. “As terras estão aradas, esperando o plantio, esperando a chuva. Enquanto isso, no mercado, os preços estão muito altos”, diz.

Para amenizar a situação, o governo federal anunciou em abril deste ano investimento de R$ 2,7 bilhões em ações emergenciais para reduzir os impactos da estiagem no país. Os serviços de defesa civil do estado e nacional já vinham trabalhando com o Exército nas localidades mais críticas, mas agora a ação deve se intensificar. 

De acordo com o governo estadual, na próxima semana serão instalados 480 postos de abastecimento na zona rural. Ao todo, serão disponibilizados 298 carros-pipa. O estado enfrenta ainda racionamento de água em cidades litorâneas, onde a seca também deve ser uma ameaça nos próximos meses. Para a pecuária, será distribuída ração para os locais mais críticos, e nos demais, haverá subsídio de 50% no valor dos produtos utilizados para a atividade.
Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), não há previsão de grandes chuvas até o final do ano e, portanto, a seca continua. “As expectativas não são animadoras”, disse o chefe da Seção de Previsão do Tempo do Inmet Recife, Ednaldo Correia. A maior quantidade de chuva até dezembro deve ocorrer no oeste do estado, com 50 milímetros.
Portalcorreio e Sertão1

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Sua bisavó foi pega a dente de cachorro? Presença indígena na história de Santa Luzia

Rommeryto em aula de Campo na Cacimba da Velha Não foi de poucas pessoas que ouvi a expressão: “minha bisavó foi pega a dente de cachorro”. Se trata de mais uma das características que fazem parte da memória coletiva ou do imaginário do povo de Santa Luzia. Essa expressão, assim como palavras como Yayu, Tapuio, Quipauá são evidências de um passado marcado pela existência de nações indígenas no território que hoje é o nosso município. O historiador santaluziense Rommeryto Augusto fez um brilhante estudo que teve como objetivo: “identificar a ocorrência de povoamento indígena na região conhecida como Vale do Sabugy no período do pós-contato (séculos XVII e XVIII), e sua participação na história e na sociedade destas terras cortadas pelos rios Sabugy e Capauá após a interiorização da colonização” (MORAIS, 2011:9). Segundo o autor, a inquietação sobre a existência de povos indígenas em Santa Luzia vem desde a sua infância e perpassou o tempo tornando-se o objeto de seu trabalho ...

Saída de padre Alex de Santa Luzia repercute nas redes sociais

Centenas de atividades nas redes sociais sobre a saída do Padre Alex Alexandre da Costa Cabral da paróquia de Santa Luzia foram registradas nesta sexta feira (02). Durante missa celebrada  na manhã de hoje o padre tornou evidente a sua saída de Santa Luzia. Durante a homilia o padre fez diversas referências às mudanças que passamos durante a vida e as esperanças que devemos ter diante das situações de desespero, de dor. "Se tirarem os sonhos e os ideais o que restará ao homem?" Questionou o padre ao falar sobre as atitudes que devemos tomar diante das atribulações da vida. Ele fez prestação de contas dos mais de R$ 92.000,00 aplicados na compra das estruturas para as três novas igrejas e anunciou a aquisição também de estruturas para construção de um ginásio poliesportivo no terreno ao lado da igreja do Rosário. "Tudo está pago. Não estamos devendo a ninguém. Estou feliz e de consciência tranquila" destacou o padre ao falar sobre o projeto uma igreja em cad...

Últimos dias de inscrição no Prêmio Professora Aristana de Brito Guerra. Veja como participar:

Estão chegando ao fim as inscrições para a 2ª Edição do concurso de vídeos Prêmio Professora Aristana de Brito Guerra. Os interessados e interessadas em participar têm até o dia 07 de julho de 2018 para gravarem seus vídeos de até  2 minutos, postarem no YouTube e preencherem o formulário de inscrição no site www.eueminhaescola.com .  Este ano os vídeos devem abordar o tema " as águas de minha terra " e podem ser produzidos por alunos e alunas de escolas públicas e privadas de todas as cidades do Vale do Sabugi com  a ajuda de seus professores.   A Comissão lembra que já há vídeos inscritos e que é da responsabilidade dos seus autores o compartilhamento deles nas redes sociais. "Os autores precisam lembrar que o número de visualizações do vídeo no YouTube será utilizado como parte da nota final e, por isso, é preciso estimular os internautas a assistirem as produções. Quando mais plays, mais chance de vencer", destacou professor José Aderivald...