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Usina solar deve gerar 6 mil vagas no Sertão da PB

A Paraíba será a primeira do país e da América do Sul a contar com uma usina deste tipo e com tecnologia americana.
Campina Grande - Depois da busca frustrada pelo petróleo, cuja quantidade e qualidade não foram consideradas ideais para a comercialização, o Sertão paraibano recebe agora um investimento de R$ 350 milhões em construções de usinas de energia termo solar, na cidade de Coremas, da empresa Rio Alto Energia, de São Paulo.

O novo empreendimento, que irá gerar mais de 6 mil empregos diretos e indiretos, de um grupo paulista, volta a animar empresários, comerciantes e políticos do Sertão, que haviam perdido as esperanças de ver a região desenvolvida com com a extração do ‘ouro negro’.



A usina Coremas I e II começará a ser construída no primeiro semestre de 2012 e a previsão é de que as obras durem 24 meses. O Sertão foi escolhido entre várias regiões do país porque apresenta os mais altos índices de radiação solar.

Por conta disso, a região tem sido cobiçada nos últimos dois anos por corporações de investidores brasileiros e até grupos internacionais. Além da usina termo solar, a região também deverá ganhar uma usina de produção de energia eólica, que será construída por um grupo de empreendedores de Brasília.
O clima quente e seco do sertão, que antes era apontado como fator principal para falta de desenvolvimento do local, agora é encarado como a solução para sanar alguns dos problemas que atrasam o crescimento dos 83 municípios que compõem a região sertaneja.

A usina Coremas I, terá capacidade inicial para produção de 50 megawatts de potência, suficiente para abastecer uma cidade de 830 mil residências. A unidade será construída inicialmente em uma propriedade de 400 hectares e, com a chegada do novo empreendimento, a economia de Coremas já começa a ser movimentada e grupos comerciais como Atacadão do Rio do Peixe e Armazém Paraíba demonstram interesse.

O prefeito do município, Edilson Pereira de Oliveira, disse que já está planejando o destino que será dado aos tributos adquiridos através do Imposto Sobre Serviço (ISS), que será pago pela empresa Rio Alto Energia, responsável pela construção da termo solar. Ele afirma que vai aproveitar os recursos para recuperar escolas e estradas, investir na qualidade do ensino e no crescimento habitacional. “Fomos privilegiados com esse empreendimento que, sem dúvidas, vai desenvolver muito não só a nossa cidade, assim como vai despertar para o desenvolvimento. Hoje, vivemos essencialmente de apicultura e de agricultura, mas também toda a região do Sertão será beneficiada e de toda forma, o Estado, que arrecadará ICMS”, destacou o prefeito.

Segundo Edilson, a expectativa é que o município arrecade de impostos um montante de aproximadamente R$ 4,5 milhões, que representa 3% de um total de R$ 150 milhões que serão investidos somente em serviços.

“Desde que os empresários da Rio Alto Energia nos procuraram fizemos questão de ficar do lado deles, porque sabemos do bem o que isso vai trazer para todos nós. Além da quantidade de empregos que serão gerados diretamente na usina durante as obras de construção e também depois, na operação da unidade, têm os empregos indiretos, de pessoas que serão beneficiadas, através de vendas de produtos, hospedagem, e outros serviços que serão necessários ser criados na região por conta da demanda de pessoas que morar aqui e trabalhar”, disse Edilson.

Auxílio de software da Nasa
De acordo com Edmond Farhat, um dos três empreendedores paulistas responsáveis pelo projeto da usina termo solar de Coremas, as pesquisas sobre a viabilidade da região para produção de energia através da captação de radiação solar teve início a cerca de três anos, através de um levantamento minucioso da área, inclusive, com o uso de imagens via satélite com o auxilio de software da Agência Espacial Norte-Americana (Nasa).

O empresário destacou que a pesquisa de dados climatológicos foi realizada em diversas partes do Nordeste e que Coremas foi a que apresentou as condições adequadas para receber a usina. “Principalmente por conta de três importantes fatores que foram levados em consideração: as condições de exposição da intensidade de radiação solar, semelhantes ao deserto de Mojave na Califórnia, EUA; a proximidade com a subestação da Chesf e linha de transmissão a aproximadamente 3 km, o regime puvliométrico que é baixo e a oferta de água, por conta da proximidade com o reservatório Coremas Mãe D’água, que é o maior do Estado.

No entanto, não pretendemos usar água do manancial, e sim de um poço, porque já sabemos que o subsolo é cristalino e oferece essas condições”, explicou Farhat.
Edmond contou que a propriedade onde será construída a usina mede 400 hectares de extensão e que foi adquirido esse ano. Apesar do tamanho da área, os empreendedores pretendem ampliar o projeto e adquirir mais uma propriedade de aproximadamente 150 hectares. Até agora, os empresários já desembolsaram 15,5 milhões.



Daniel Mota e Lígia Coeli
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