Pular para o conteúdo principal

Meu amigo você abra do ôi!


SANTA LUZIA É agraciada com grandes nomes que fazem a classe dos intelectuais, cientistas, políticos e também dos ARTISTAS que são tudo isso junto de uma forma diferente... Neste vasto mundo da arte se destacam os poetas, dentre os quais, Paulo Dantas(foto). o POETA vive hoje no Estado de São Paulo, mas mantém suas raízes e produz muita poesia em seu blog Peleja de Paraibano. O Verso abaixo é dele: abra do ôi... mensagens interessantes contadas com a criatividade que só o sertanejo consegue ter: ai segue para o deleite de vocês:


Meu amigo você abra do ôi!


Um jumento a correr desembestado
Nos derruba somente de um pinote.
Um aboio que tange todo o gado
E nas costas o estalo do chicote.
Uma vida de pura alienação...
Mundo véi a seguir na contramão
Refletindo no prato o desigual.
Muito ou pouco se faz tão relativo
E eu não sei nem sequer se eu sobrevivo
Ao poder do “Capeta Capital”.

Frente ao circo que queima em labaredas
Infinitas verdades reveladas.
Um profeta ou um doido em sua vereda
A seguir, a cumprir a sua jornada.
Mergulhado no mar do inconsciente
Ninguém vê um só palmo a sua frente.
"Que saibamos usar a natureza"...
E o cometa passou deixando o rastro
Só pra quem compreendeu o grande astro
"Gentileza só gera Gentileza".

Sob o sol do Sertão, do meio-dia
Um punhal invisível risca a face.
Os semblantes revelam agonia
Na esperança que logo tudo passe.
Mas o saco é sem fundo, é descosido
E o fardo é pesado, é cansativo.
Multidões de romeiros a rezar...
Um martelo a bater descompassado...
Sete olhos de puro mau olhado...
Sete palmos que guardam o lugar.

Os feitores de terno e de gravata...
E os bornais que carregam seus milhões...
Um olhar que de cima nos destrata
Nesta vida de fúteis ilusões.
O remédio se esconde no veneno...
E por vezes o grande no pequeno...
Meu amigo você abra do ôi!
Se a passada é maior do que a perna
Muitas vezes agente desgoverna.
Não coloque o carro antes dos bois.

Comentários

  1. Meu estimado amigo Zé...

    Eu não tenho palavras para descrever a felicidade ao ver que esta singela poesia agrada justamente você que é um ser humano, dentre tantas outras qualidades, que eu tanto e tanto admiro. Saiba que prezo muito pela sua amizade e, inclusive, lhe confesso que estás incluído nos projetos e planos que tenho para Santa Luzia.
    Mário de Andrade certa feita nos disse que, "Todo escritor acredita na valia do que escreve. Se mostra, é por vaidade. Se não mostra, é por vaidade também". Assim sendo, resolvi tirar minhas poesias da gaveta e colocá-las em um Blog na intenção de compartilha-las e vejo que fiz certo justamente por ter a oportunidade de disseminar a cultura Nordestina, Sertaneja, Paraibana e, principalmente, Santa-luziense. No entanto, considero que estejas, um tanto quanto, equivocado eu incluir-me na lista dos grandes nomes Santa-luzienses, pois creio que, para tal feito, eu ainda precise de muito feijão macaça com rapadura e farinha.

    Grande abraço meu amigo.
    Até breve.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Obrigado por sua contribuição! Em breve postaremos o seu comentário.

Postagens mais visitadas deste blog

Sua bisavó foi pega a dente de cachorro? Presença indígena na história de Santa Luzia

Rommeryto em aula de Campo na Cacimba da Velha Não foi de poucas pessoas que ouvi a expressão: “minha bisavó foi pega a dente de cachorro”. Se trata de mais uma das características que fazem parte da memória coletiva ou do imaginário do povo de Santa Luzia. Essa expressão, assim como palavras como Yayu, Tapuio, Quipauá são evidências de um passado marcado pela existência de nações indígenas no território que hoje é o nosso município. O historiador santaluziense Rommeryto Augusto fez um brilhante estudo que teve como objetivo: “identificar a ocorrência de povoamento indígena na região conhecida como Vale do Sabugy no período do pós-contato (séculos XVII e XVIII), e sua participação na história e na sociedade destas terras cortadas pelos rios Sabugy e Capauá após a interiorização da colonização” (MORAIS, 2011:9). Segundo o autor, a inquietação sobre a existência de povos indígenas em Santa Luzia vem desde a sua infância e perpassou o tempo tornando-se o objeto de seu trabalho

Saída de padre Alex de Santa Luzia repercute nas redes sociais

Centenas de atividades nas redes sociais sobre a saída do Padre Alex Alexandre da Costa Cabral da paróquia de Santa Luzia foram registradas nesta sexta feira (02). Durante missa celebrada  na manhã de hoje o padre tornou evidente a sua saída de Santa Luzia. Durante a homilia o padre fez diversas referências às mudanças que passamos durante a vida e as esperanças que devemos ter diante das situações de desespero, de dor. "Se tirarem os sonhos e os ideais o que restará ao homem?" Questionou o padre ao falar sobre as atitudes que devemos tomar diante das atribulações da vida. Ele fez prestação de contas dos mais de R$ 92.000,00 aplicados na compra das estruturas para as três novas igrejas e anunciou a aquisição também de estruturas para construção de um ginásio poliesportivo no terreno ao lado da igreja do Rosário. "Tudo está pago. Não estamos devendo a ninguém. Estou feliz e de consciência tranquila" destacou o padre ao falar sobre o projeto uma igreja em cad

Monólogo do Açude Novo

Construção do Açude de Santa Luzia PB  Mário Ferreira, figura muito importante que guarda a memória dos grandes momentos de Santa Luzia, compartilhou um texto que ele encontrou com o título de Monólogo do Açude Novo de autor não identificado, mas que foi escrito aos 50 anos de construção do manancial. Trata-se de um texto antigo, mas importante e que agora faremos conhecer : "Sou o velho Açude Novo. Filho do DNOCS (Departamento Nacional de Obras Contras as Secas), que é filho de José Américo de Almeida. Filho de planejamento; porque filho mesmo eu sou do sertanejo e da natureza que, num jogo de amor estranho, me deram origem. Aqui, a natureza arrependida de castigar o sertanejo, confabulou com ele num idílio comovente que chorava. E nas lágrimas, vertidas na forma de suor humano, surgiram as primeiras células do conteúdo líquido que é o meu ser. E essas lágrimas tépidas, caídas à custa de trabalho pesado, tocaram o céu que se enterneceu e lavou as encostas da Borborema.