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Sumé tem muito a ensinar à Santa Luzia

Sempre tenho ouvido o tom de lamentação da classe política de Santa Luzia, claro muito mais da situação, quando tenta justificar as limitações que vive o município em relação à São João, Empregos, ao problema do esgotamento sanitário incidindo no açude e, sobretudo, à falta de uma universidade ou de um IF para profissionalizar sua juventude.  Contenta-se com o mínimo quando poderia ter-se muito mais com uma atuação mais forte e decidida dos segmentos que realmente têm poder de oferecer algo melhor à população.

Atitude diferente desta vi na cidade de Sumé, no Cariri Paraibano: embora o Distrito de São Tomé (de onde se originou a cidade de Sumé) exista desde o final do Século XIX, a emancipação política da cidade ocorre somente em 1951, portanto, 60 anos(mais nova que o nosso São João!). Tem pouco mais de 16 mil habitantes, é vizinha da cidade universitária de Monteiro, pólo da caprinocultura e dos valores e talentos culturais paraibanos.

Sumé tem problemas graves de geração de emprego e ambientais, porém, a atitude de sua população e a atuação de políticos situacionistas e oposicionistas têm feito com que o município se modernize.

Uma das grandes vitórias daquela comunidade foi ter se tornado cidade universitária. E percebam que Sumé estava praticamente na mesma condição de Santa Luzia: era vizinha de cidade universitária e que tinha IF(CEFET como era chamado), me refiro à Monteiro; ficava em distância de Campina Grande praticamente igual à nossa amada terra. O Diferencial é que o povo se mobilizou e a classe política se uniu em torno daquel ideal: O prefeito, Dr. Neto, igualmente à dr. Ademir já foi prefeito mais de uma vez da cidade e, em cada mandato, deixou uma obra estruturante, como é o caso do colégio Agrícola de Sumé que oferecia cursos profissionalizantes à população. Esse colégio foi doado para construção da UFCG...

Depois de ter se tornado cidade universitária, notadamente a infra-estrututura está mudando à largos passos: construção das obras de abastecimento d’água no Assentamento Mandacaru e Cinco Vacas, construção de unidades de saúde dos bairros Frei Damião, Carro Quebrado e Assentamento Mandacaru e das obras de esgotamento sanitário, da Escola de Campo em Pio X, do Centro de Formação da Agricultura Familiar...

Agora a Prefeitura iniciou a construção do Centro de Eventos, no bairro da Várzea Redonda. O Centro de Eventos da Várzea irá oferecer a todos os habitantes do local, atividades esportivas, culturais e de lazer, de forma que se possa diminuir as problemáticas sociais existentes, aumentando a oferta de atividades e fazendo com que os jovens permaneçam por mais tempo com trabalhos ocupacionais.

É certo, e o prefeito Ademir Morais tem razão ao usar o argumento de que agente caminha de acordo com as próprias pernas. Mas, quando nós não conseguimos atravessar, com as próprias pernas, determinados precipícios mobilizamos esforços para construir pontes que nos ajudam a cruzá-los. Se o povo de Sumé e a classe política tivesse aceitado passivamente o argumento de que Monteiro já era cidade universitária e tinha Instituto Federal de Educação e que, portanto, Sumé não poderia se candidatar a ter universidade,  certamente que aquela cidade não teria conseguido esse benefício. 

Santa Luzia é terra maravilhosa de muitos talentos nas artes, na ciência e na política, é querida e amada por todos nós.  Mas, infelizmente, lhe falta um empreendimento estruturante capaz de atrair para cidade os olhares empresariais e o Estado. O prefeito prometeu aprovar e construir o Centro Turístico de Santa Luzia. Muito bom, porém, é preciso pensar o futuro, pensar nas possibilidades de fazer com que este centro seja, de fato, uma obra estruturante, ou seja, ela seja capaz de dotar a cidade de condições para atrair investimentos, de promover a diversificação das fontes de renda, de gerar empregos. Há muitas obras em curso, de fato, como calçamento de ruas, restauração de escolas, etc... mas falta à nossa amada terra ousadia nos projetos para criar em nossa terra a idéia de cidade boa para se investir. Precisamos revigorar nossas forças e seguir à frente em busca de dias melhores numa ampla parceria entre os setores públicos, privados e com o acompanhamento da sociedade civil. Que os melhores dias nos cheguem logo. 

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