"Meus queridos amigos, perdoem a confiança com que peço que
guardem, mas guardem mesmo na lembrança a meditação que vou apresentar.
Ponho de lado a timidez, apelo para a audácia, e ouso pedir mais. Não só
guardem na lembrança a meditação que vou ler, procurem vivê-la. Eis a
meditação: esperança sem risco, não é esperança. Esperança é crer na
aventura do amor, jogar no homem, pular no escuro, confiando em Deus.
Vou repetir: esperança sem risco, não é esperança. Esperança é crer na
aventura do amor, jogar no homem, pular no escuro, confiando em Deus.
Sabem qual é a grande aventura do amor? É a aventura de Deus. Não
esqueçam que Deus é amor. A aventura de amor é Deus partir para a
criação do universo. Deus sabia que fora dele, ele só poderia criar o
imperfeito, o limitado, o falho. E Deus se atirou de cheio na aventura
do amor. O máximo de aventura foi fazer do homem uma criatura, um ser
imperfeito, um co-criador. Criatura e co-criador. Encarregado de dominar
a natureza e completar a criação. Quando o homem usa mal os dons
divinos da inteligência e da liberdade, rebela-se contra o criador, o
pai, e peca. Deus mergulha ainda mais na aventura do amor. Em lugar de
aniquilar o homem, aceita que seu divino filho se jogue também na
aventura que dele faz o verdadeiro filho pródigo, o pródigo divino. O
filho de Deus nasce entre os homens, de quem assume todas as fraquezas,
exceto o pecado. Se Deus joga tanto no homem, se Deus deixa os anjos e a
natureza toda estonteados com sua predileção sem limites pelo homem,
como o homem não confiará no homem seu irmão? O homem não confiar no
homem é não confiar em si mesmo. Parece absurdo aconselhar pular no
escuro. Para nós não há mistério nenhum e nenhuma razão de espanto.
Vivemos dia e noite, em todo tempo, em todo lugar, mergulhado em Deus.
Como temer pular no escuro quando sempre pulamos e pularemos dentro de
Deus? Esperança sem risco não é esperança. Esperança é crer na aventura
do amor, jogar no homem, pular do escuro, confiando em Deus."
Rommeryto em aula de Campo na Cacimba da Velha Não foi de poucas pessoas que ouvi a expressão: “minha bisavó foi pega a dente de cachorro”. Se trata de mais uma das características que fazem parte da memória coletiva ou do imaginário do povo de Santa Luzia. Essa expressão, assim como palavras como Yayu, Tapuio, Quipauá são evidências de um passado marcado pela existência de nações indígenas no território que hoje é o nosso município. O historiador santaluziense Rommeryto Augusto fez um brilhante estudo que teve como objetivo: “identificar a ocorrência de povoamento indígena na região conhecida como Vale do Sabugy no período do pós-contato (séculos XVII e XVIII), e sua participação na história e na sociedade destas terras cortadas pelos rios Sabugy e Capauá após a interiorização da colonização” (MORAIS, 2011:9). Segundo o autor, a inquietação sobre a existência de povos indígenas em Santa Luzia vem desde a sua infância e perpassou o tempo tornando-se o objeto de seu trabalho
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