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Sexta é dia de cinema

Ainda não está acessível, mas é bom guardamos o nome desse filme porque ele promete ser muito bom. Relembro Veríssio em uma de suas crônicas quando diz que cinema é melhor do que pipoca. Pois bem, as histórias têm o poder de nos encantar, de fazer agente torcer pelo personagem etc... Essa história é muito interessante e não é uma simples biografia. Direto do Blog Fotogramadigital vamos conhecer mais a histíria de Howl:


Howl
(Howl, 2010)
Drama - 84 min.

Direção: Rob Epstein e Jeffrey Friedman
Roteiro: Rob Epstein e Jeffrey Friedman

Com: James Franco, David Strathairn, Jon Hamm, Mary-Louise Parker, Alessandro Nivola, Jeff Daniels e Treat Williams



Antes de mais nada é preciso salientar que apesar de tratar diretamente da obra do poeta beat Allen Ginsberg, Howl não funciona exatamente como uma biografia tradicional.


O filme dirigido em parceria por Rob Epstein e Jeffrey Friedman (ambos ligados ao documentário The Celluloid Closet) parte para uma análise mais profunda da liberdade de expressão e da aceitação do diferente usando como base o "caso" de Ginsberg,


Assim como a poesia do personagem, o filme não pretende ser esteticamente tradicional e mistura flashbacks, p&b, monólogos, animação e filme de tribunal. E mais incrível, é que essa maluquice funciona muito bem. Os flashbacks (que contam momentos da criação da poesia do personagem e um pouco sobre sua vida) surgem em p&b, a leitura das poesias são ilustradas pela animação e o presente surge em cores e entrecortado entre o julgamento sobre obscenidade que o editor do livro "Howl" de Ginsberg sofre e uma entrevista do autor para um jornalista (que nunca é visto).



Howl não está interessado em contar cada segundo da vida de seu personagem, mas em ilustrar sua criatividade e seu talento. Mostrar cada detalhe de seus prodígios e de sua enorme capacidade intelectual e de imaginar "mundos", criar algo novo e completamente diferente do status quo.


Mas no fundo Howl levanta bandeiras. O background dos envolvidos (além dos diretores Gus Van Sant é um dos produtores executivos) corrobora essa intenção que não soa exagerada nem catequizadora. Muito felizes ao relacionar uma figura notoriamente controversa com questões urgentes em nossa sociedade (cada vez mais importantes) como: liberdade de expressão e aceitar o diferente.


Isso também fica claro pelo envolvimento de uma série de grandes e talentosos atores em pequenas pontas. Além de James Franco, muito a vontade como o poeta e bastante seguro de si nas cenas onde precisa demonstrar afeto por outros homens por exemplo, durante o julgamento (que serve como principal linha narrativa do filme) os papeis de advogado de defesa e promotor são defendidos por dois atores de grande talento: John Hamm (da série Mad Men e do recente Atração Perigosa) e David Strathairn (de Boa Noite, Boa Sorte, Ultimato Bourne, Los Angeles Cidade Confidencial entre muitos outros) respectivamente.



Além deles desfilam pela tela diversos especialistas, que servem como testemunhas a favor ou contra a liberalização do livro. Curioso ver Mary-Louise Parker (da série Weeds entre outros) como uma ferrenha defensora da proibição do livro, em um papel diferente do que estamos acostumados a ver. Completam o elenco Jeff Daniels (Debi & Lóide, Lula e a Baleia, Velocidade Máxima entre outros), Alessandro Nivola (A Outra Face, Retratos de Família entre outros) e Treat Williams (conhecido pela série de tv Everwood, lembram?).


Howl se destaca do lugar comum das biografias por sua estética apuradíssima e pelo bom gosto nas animações que ilustram a sincopada narração de James Franco. A idéia parece ser enfatizar cada palavra dita tornado-a especial para quem ouve. Se aposta no ritmo de cada frase que é visualizada com cuidado e carinho por imagens astrais, banais, sexuais e religiosas como a poesia do autor.

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